Pular para o conteúdo principal

Jeremias 29 - O Deus que corrige, é o Deus que consola



O capítulo em questão do livro do profeta Jeremias se passa num cenário de cativeiro, vivido pelo povo de Judá, o povo de Deus. A disciplina do Senhor , que tanto fora profetizada por Jeremias, havia chegado, de fato.  70 anos era o tempo que Deus havia determinado para tratar com Seu povo naquela terra estranha. Judá havia se corrompido de tal maneira, que seria necessário o Senhor tem um encontro com Seu povo, a fim de o corrigir, "o purificar".

Os versos do presente capítulo nos dão detalhes de uma carta, enviada pelo próprio profeta de Anatote, aos cativos de Judá. É bom destacarmos que Nabucodonosor, rei da Babilônia, havia levado para sua terra a corte judaica, bem como os anciãos e profetas, porém havia ainda um povo deixado na terra subjugada por Babilônia, que agora era "governada" por Zedequias. Zedequias era tio de Joaquim, rei anterior, levado cativo, e vivia um governo "de fachada", pois na verdade era Nabucodonosor quem dava as ordens.

Por mais que não tivesse dado crédito à Palavra de Deus, profetizada por Jeremias, agora o povo de Deus sentia na pele a correção do Todo Poderoso. Mesmo assim, experimentando da fidelidade do Eterno para com Sua Palavra, o povo ainda desejava e ansiava sobre aquilo que o Senhor não havia determinado (v.8,9). O que se via era que os cativos se "apegavam a esperanças falsas", profecias que não vinham do céu, mas de seus próprios corações e vontades. Quantas vezes nos apegamos ao que o nosso coração almeja, e - nem que seja por um momento - nos esquecemos da vontade soberana de Deus?

Deus havia determinado o tempo, e mesmo assim o povo estava imaginando que seria diferente. Jeremias é corretíssimo ao dizer que o coração é enganoso (Jr 17: 9a). As emoções, muitas vezes, nos tiram a visão real da situação ao nosso redor. O Senhor havia dado ordem ao povo para crescer e multiplicar naquela terra,  e , mais do que isso, pediu que o povo procurasse a paz da cidade e orasse por ela (v. 5, 6 e 7).  O trabalhar do Senhor é maravilhoso e perfeito! Deus iria abençoar, não só o Seu povo, mas também aquela terra iníqua - através da correção dada a Judá.

"Filho meu, não desprezes a disciplina do SENHOR, nem te sintas magoado ; Porquanto o SENHOR corrige a quem ama, da mesma forma que o pai repreende"  (Provérbios 3:11,12). As palavras destes versos se encaixam perfeitamente na história de Judá - e na nossa história também, dia a dia, caminhando com Deus. Prova disso é que Deus promete cumprir Sua palavra e fazer o povo voltar à Sua terra natal (v.10). O Senhor também fala de um futuro de mudança, de um estreitamento de vínculo entre o Pai e Seus filhos, a saber, o Senhor Jeová e Seu povo. O Senhor promete ouvir (v.12) e mudar a sorte (v.14). 

Mas o que fazer com uma geração que quer as coisas para já? Que não quer passar por correção? Que quer voltar à Terra Prometida, sem passar por Babilônia? "Seja feita Tua vontade", essa tem que ser nossa oração, constantemente. " Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito..." (v.11a). É Deus que sabe o que é melhor para nossas vidas. Nós traçamos planos, pensamos, calculamos, imaginamos, mas o Senhor é quem executa, e tudo está sob Seu controle.

Servimos a um Deus que nos consola, quando estamos afligidos, e mesmo afligidos por Ele:  "..porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre". ( Sl 106:1a). Precisamos ter também em mente que NÓS procuramos a disciplina do Senhor com nossas próprias mãos, ao darmos ouvido às nossas convicções, ao deixarmos de agir segundo Sua direção. Que possamos proceder, sempre, segundo a ordem divina. E , se falharmos - e falharemos em algum momento, pois estamos sujeitos -, que possamos aceitar o conselho e a correção do Senhor, que sempre, entenda, SEMPRE será para o nosso bem.

Lembre-se que o que está em jogo é algo mui precioso: a SUA ALMA. E em todo tempo, seja em cativeiro ou em liberdade, o Pai estará conosco!  Aleluia!








Comentários

  1. Exelente palvaras, guardarei na tabua do meu coração pra não pecar contra o criador 😊

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

2 Reis 6 - Geazi e a cegueira espiritual

A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a PROVA DAS COISAS QUE NÃO SE VEM. As palavras de Hebreus 11:1 nos revelam que confiar em Deus é ir além do que a visão humana pode alcançar. É acreditar naquilo que nossos olhos não enxergam.  Pois bem, em 2 Reis 6 narra-se um episódio em que o profeta Eliseu e seu moço estavam encurralados. Ben-Hadade, rei da Síria,  havia cercado a cidade de Samaria com seu exército.  Esse rei fazia guerra a Israel, porém Deus dava livramento ao povo através de Eliseu, revelando a ele as estratégias de Ben-Hadade (2 Rs 6:9,10).  Diz a Palavra que o exército sírio cerca a cidade durante a noite. Às escuras, às escondidas, como todo inimigo faz. Assim é o nosso adversário, vem traiçoeiramente tentar nos afligir. Na manhã seguinte,  o moço levanta muito cedo e avista os carros e cavalos cercando a cidade. Imagine o desespero daquele rapaz! Um grande e poderoso exército ao seu redor, sem possibilidade de escape.  Quando Geazi vira para

Isaías 39 - O inimigo bate à porta

Formar vínculos de amizade é algo bom e agradável. Mas há que tomar cuidado com aqueles que, aparentemente "inofensivos", vêm bater na nossa porta. Essa precaução transcende a vida social. No âmbito espiritual, nós cristãos precisamos estar atentos aos INVASORES, cujo objetivo principal é desestruturar a nossa casa. O rei Ezequias de Judá era um homem temente a Deus, que andava retamente diante do Senhor. Ele já havia vivido um grande livramento de morte, pois Deus lhe acrescentara 15 anos de vida. Também, no reinado do filho de Acaz, o reino de Judá se viu livre da dominação assíria, pois Deus destruíra o exército de Senaqueribe. Agora, o rei gozava dias de paz prometidos e garantidos pelo Senhor. Mas eis que Ezequias recebe uma "ilustre" visita. O rei da Babilônia, Merodaque- Baladã, envia uma comitiva ao encontro do rei de Judá com cartas e um presente, porque havia ouvido que ele estivera doente. Um ato aparentemente normal, e até louvável. Ezequias

Jeremias 52 - Rei Joaquim

Imagine um povo escolhido e separado por Deus, mas deitado na cama do pecado. Essa era a situação do povo de Judá. O reino, antes dividido entre Norte e Sul, já havia presenciado a queda de Israel. Agora, Judá caminhava igualmente para a perdição. O cativeiro babilônico já era iminente. Joaquim, o penultimo rei pré- exilico, fazia aquilo que era mal aos olhos do Senhor, assim como seu pai, Jeoaquim. Após reinar por apenas três meses, Joaquim, também conhecido como Jeconias, é levado juntamente com a corte de Judá para a Babilônia, como cativo de Nabucodonosor. Nessa mesma época, Daniel também é exilado. A Palavra nos relata que o rei de Judá é lançado no cárcere e fica ali por 36 anos. Imagine a situação: um homem antes assentado em um trono, agora dentro de uma prisão, isolado de tudo e de todos. Por permissão de Deus, que estava disciplinando Seu povo, que se tornara rebelde.  Não se sabe o que ocorreu durante estas quase quatro décadas de cárcere, mas no trigésimo sétimo ano do c